sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Aumenta número de brasileiros que vão estudar no exterior

13/09/2009 - 10h32
ANGELA PINHO & LARISSA GUIMARÃES da Folha de S.Paulo, em Brasília

Uma quantidade cada vez maior de estudantes brasileiros tem procurado universidades estrangeiras, principalmente as europeias, para cursos de graduação. É o que mostram dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), de embaixadas e de três grandes instituições de ensino do país.

O número de brasileiros estudando em países da organização cresceu 30% de 2002 a 2006, último ano com dados disponíveis, passando de cerca de 16 mil para aproximadamente 21,3 mil. Não é possível, no entanto, dizer se o aluno foi fazer toda a sua graduação fora ou só uma parte dela.

Os Estados Unidos continuam a ser o país com maior número de universitários brasileiros, seguidos por França, Espanha, Alemanha e Portugal, segundo os dados da OCDE. Uma comparação entre 2002 e 2006, porém, mostra queda no número de brasileiros nos EUA e um movimento maior nos países europeus.

Dados fornecidos pela embaixada americana (de graduação e pós-graduação) indicam que a procura por universidades nos EUA já foi maior. O pico de interesse foi em 2000/2001, quando cerca de 9.000 brasileiros estudavam no país. No ano passado, esse número ficou em cerca de 7.500 estudantes.

"O fluxo continua alto porque a taxa cambial tem ajudado e a diferença de preço entre universidades particulares no Brasil e nos EUA não é grande", avalia Andreza Martins, chefe do escritório de consultas educacionais da Comissão Fulbright, que atua no intercâmbio educacional entre EUA e Brasil.

Ela afirma que foi sedimentado no Brasil, há alguns anos, o entendimento de que estudar em outro país agrega valor ao currículo. O motivo do aumento de estudantes brasileiros em países europeus, avalia, é que as agências que promovem educação no continente têm uma presença maior hoje. "O marketing está mais forte", resume.

A tendência é confirmada por Daniela Madureira, do British Council. "As universidades britânicas estão trabalhando mais com o Brasil", diz. De 2002 a 2008, houve aumento de 30% no número de brasileiros em instituições britânicas.

A França, muito procurada por futuros engenheiros, adota a mesma estratégia. Em outubro, haverá a Semana Franco-brasileira do Ensino Superior, em São Paulo. O evento reunirá mais de cem universidades francesas e brasileiras.

Intercâmbio

Dados sobre intercâmbios de USP, UFMG e UnB mostram um crescimento ainda mais intenso da mobilidade de estudantes nessas instituições.

A USP, por exemplo, mandou 349 estudantes para fora em 2004 e 979 em 2008. Na UFMG e na UnB, o número de estudantes que fez intercâmbio dobrou em cinco anos.

Professor da UnB e especialista em educação superior, Erasto Fortes avalia que vale mais a pena para os estudantes de qualquer área a experiência do intercâmbio, quando o aluno passa apenas parte da graduação fora do país.

"Eles têm contato com a cultura de outro país, em um ambiente acadêmico bem diferente, mas têm a base da formação brasileira", avalia o professor.

Para Fortes, estudar fora, em si, não é vantagem --depende da área. Cursos com temática ligada à realidade nacional precisam ser feitos no Brasil, a não ser que o aluno tenha planos de trabalhar lá fora. "Não faz sentido, por exemplo, cursar medicina em universidade estrangeira", exemplificou.

 

 

--
Notícias sobre Telecom no Brasil?
ACESSE:
http://BillingeInterconexao.blogspot.com

Seja o primeiro a comentar

Postar um comentário

  ©Template by Dicas Blogger.

TOPO